quinta-feira, fevereiro 28, 2008

UHF "Canções Prometidas - Raridades Volume II" (AM-RA Discos - 2008)

Já há venda nas lojas Fnac. O disco tem duas edições, a primeira só com o cd (12.95€) e a segunda com o cd e uma t-shirt comemorativa dos 30 anos dos UHF (22.95€).

Vamos apresentar o disco nos palcos Fnac, podem consultar a agenda em http://www.myspace.com/uhfrock

Dia 28 de Março terá na Aula Magna inicio a tour "30 Anos Ligados à Corrente".
O repertório que estamos a preparar é no minimo fantástico! E voces sabem como eu sou critico nesta matéria!

Podem adquirir os bilhetes nas lojas Fnac ou em http://www.ticketline.pt/os fãs inscrito beneficiam de um desconto e podem fazer a reserva dos bilhetes em aiemera-lda@sapo.pt

A destacar neste disco:

Violenta Violência - Inédito - demo de 1979

Há quem Diga - Inédito - demo de 1979

Celebração - Inédito - demo de 1981

Do Zero - versão acústica - de 2004

Grândola, Vila Morena - Versão - 2001/2007 - com Vitorino, José Jorge Letria, Manuel Freire e Samuel

http://www.myspace.com/uhfrock

http://www.uhfrock.com/

terça-feira, fevereiro 19, 2008

12.01.2008: Revolta Punk no Lótus Bar - Por Nuno Martins

Ouvi dizer que a imprensa foi convidada, mas não apareceu. E no entanto, a sala do Lótus Bar, em Cascais, que parece não enchia há um ano, estava à pinha. Apinhada de jovens, tantos deles provenientes da margem sul, mas não só, que conhecem as letras e cantaram incessantemente as canções da REVOLTA e dos K2O3, duas das melhores bandas do punk-rock nacional. Concentrar-me-ei na primeira, oriunda de Almada, bastião histórico do rock português.

Acerca da sua performance em palco, direi, parafraseando o DJ de serviço, que «está cada vez melhor, a coesão e entendimento entre os músicos torna tudo mais “oleado”, os temas agarram logo o pessoal que se agita nas filas da frente» [1] e ajuntarei que, para mim, António Côrte-Real (guitarra e voz) é hoje um dos melhores guitarristas da música rock lusitana.

A REVOLTA é uma banda de grandes causas e com referências musicais bem definidas. Orgulha-se dos temas e projectos que, sobrevivendo à poeira do tempo, ficaram na história do universo rock português e, ainda que sendo uma banda de originais, assume esse legado descomplexadamente, perpetuando-o no imaginário das gerações mais novas. É um sinal de maturidade estética, histórica e material, que a indústria discográfica não acompanha, esquivando-se a arriscar em novos valores e comprometendo assim o processo de renovação artística em Portugal.

Como eu e tantos outros da minha geração, cresceram a ouvir os grupos que brotaram, directa ou indirectamente, do chamado boom do Rock português, UHF à cabeça, no princípio dos anos 80. O mais popular Anzol, dos Rádio Macau e Persona Non Grata, dos UHF, seguramente uma das mais belas declarações de rebeldia jamais feita no nosso país, figuram assiduamente no alinhamento do power trio fundado em Setembro de 2006 por Bruno Alves (baixo e voz), Anselmo Alves (bateria e voz) e pelo já referido António Côrte-Real, também guitarrista dos UHF.

Mas não esquece igualmente, como a canção Eu quero ser atesta, os pioneiros do movimento punk, os Ramones. E que bonita forma de homenageá-los: cantando-os na língua de Camões [2], na senda do que fizeram os Peste & Sida, «“pais” do primeiro “boom”» [3] da música punk em Portugal [4], e transmitindo uma mensagem de amor, esperança e verdade nas relações humanas, com a inteira percepção de que tais sentimentos, associados à confiança nas capacidades do próprio Homem, desempenham um papel crucial nos processos colectivos de genuína transformação social. Como dizia o poeta, “Ninguém está só, onde haja amor. / Onde haja amor, só há verdade.” [5]

De resto, a denúncia deste “caos organizado que é o capitalismo” [6], bem como da sua fase superior, o imperialismo, está bem viva no tema Bush, esse “rei da poluição” e “da desordem”. No dizer lapidar da REVOLTA, esse “rei sem ordem”! Por seu turno, Ter ou não ter (a questão é) apela à luta e a uma atitude consciente e interventiva na sociedade, tendo sempre presente a questão da apropriação pelo povo dos meios de produção.

Ninguém manda em ti, canção-hino do grupo com direito a bis, é um espelho perfeito dos tempos cinzentos que vivemos, “um período muito medíocre e negativo da nossa História.” [7] De uma forma crua, agressiva e directa, lembra-nos que “hoje quem triunfa não são os bons, são os oportunistas, os moldáveis.” [8] De facto, «temo-nos arrastado, penosamente, assistindo ao descalabro de um país que consente injustiças gritantes e transforma a mediocridade em valor impositivo. O “respeitinho é muito bonito” é uma fórmula nacional que lacra o nosso destino e faz de nós a massa informa que se não revolta. Cada ano que passa, cada ano pior.» [9]

E apesar de tudo, da mentira que “adquiriu carta-de-alforria” [10], da trafulhice que “sai impune” [10], dos abjurantes que “são premiados” [10], dos “traidores aplaudidos” [10], dos “subservientes obsequiados” [10], dos “incompetentes promovidos” [10], da indiferença que reina e da abulia que “aparenta ser endémica” [10], ainda há quem resista e se manifeste, pequenos grupos de pessoas, é certo, algumas comunidades disseminadas para quem “a integridade, a compaixão, a indulgência e a dignidade” [10] continuam como valores de referência.

João Pedro Almendra, vocalista original e actual dos Peste & Sida teve a coragem e a gentileza de afirmar o seguinte – «valorizamos imensas bandas que andam aí: Simbiose, Revolta, Gazua… Conheço “n” bandas que andam aí agora a fazer coisas interessantes e que olham para nós de certo modo como, por exemplo, nós olhávamos para os Xutos & Pontapés numa determinada altura.» [11]

Apraz-me constatar esta sincera solidariedade intergeracional. Aliás, João Ribas, outro veterano da cena punk em Portugal, antigo guitarrista e voz dos Censurados (projecto com o qual, em meu entender, a REVOLTA tem bastantes parecenças, não só em termos líricos, mas também ao nível das semelhanças vocais entre Bruno Alves e João Ribas) e actual vocalista dos Tara Perdida, esteve igualmente no Lótus Bar. Foi convidado a partilhar o palco, aceitou, cantou com a REVOLTA e respectivos fãs, com o público em geral e pelos vistos gostou do que viu e ouviu.

O espírito do punk-rock é isso mesmo: para além duma forte atitude interventiva, assenta na igualdade e numa efectiva comunhão entre músicos e audiência, assistindo a um novo rejuvenescimento após uma travessia do deserto, que deixou um espaço musical vago, que o hip-hop aproveitou para preencher e tem vindo a capitalizar sobremaneira.

O punk está bem e recomenda-se. Pena é que muita gente com responsabilidades no meio musical ande distraída, casual ou deliberadamente. Não é o caso dos muitos jovens que compareceram aos concertos desse mágico dia 12 de Janeiro, e muito menos desse mítico gigante que dá pelo nome artístico de Cameraman Metalico, que também não faltou à chamada e cujo conhecimento e experiência acumulados ao longo dos anos lhe permitem dizer simplesmente isto: “Sinceramente, se eu tivesse uma editora assinava-os já hoje!” [12]

Mas não proferia o sábio que “hoje quem triunfa não são os bons”? Façamos por reverter esta inversão de valores e não tenhamos medo de combater os “lóbis poderosos e muito organizados que continuam a praticar o «valor do venha a mim».” [7]

Notas:

[1] DJ Billy, Noite no Lótus com Revolta e K2O3, http://www.billy-news.blogspot.com/, 19 de Janeiro de 2008.

[2] Eu quero ser é uma bela versão do tema original I Wanna Be Your Boyfriend dos Ramones, do álbum de estreia de nome igual ao da banda, lançado em 1976.

[3] banho de realidade, Fernando Reis entrevista João San Payo e João Pedro Almendra a propósito do mais recente disco dos Peste & Sida, Cai No Real, Revista LOUD!, Ano VIII – #80, Setembro de 2007, página 24.

[4] Poucos são aqueles que nunca terão ouvido Sol da Caparica, excelente versão da malha California Sun, original da dupla Glover/Levy e tocada pelos Ramones na noite de 31 de Dezembro de 1977 no Rainbow Theatre, em Londres, espectáculo memorável que foi gravado e posteriormente editado sob o título It`s Alive, em 1979.

[5] Armindo Rodrigues, Sequência da Alvorada – O Grito Concreto – XXXI, Lisboa, Livros Horizonte, 1985, página 39.

[6] Armindo Rodrigues, Sequência da Alvorada – O Grito Concreto – IX, Lisboa, Livros Horizonte, 1985, página 17.

[7] Fernando Dacosta em entrevista a João Naia, O Diabo, 3 de Janeiro de 2008, página 12.

[8] Fernando Dacosta em entrevista a João Naia, O Diabo, 3 de Janeiro de 2008, página 13.

[9] Baptista Bastos, Palavras para os dilectos, http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&SqlPage=Content_Opiniao&CpContentId=308094, 21 de Dezembro de 2007 (itálico meu, N. M.).

[10] Baptista Bastos, Palavras para os dilectos, http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&SqlPage=Content_Opiniao&CpContentId=308094, 21 de Dezembro de 2007.

[11] banho de realidade, João San Payo e João Pedro Almendra em entrevista a Fernando Reis a propósito do mais recente disco dos Peste & Sida, Cai No Real, Revista LOUD!, Ano VIII – #80, Setembro de 2007, página 24 (itálico meu, N. M.).

[12] http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=191081510, 15 de Janeiro de 2008.
Nuno Martins

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Queixa-te indústria... Queixa-te e não faças nada que a vida passa-te ao lado!

E mais uma vez... A REVOLTA encheu uma sala de espectáculos. Desta vez em Marinhais no 3 Bar, com cerca de 400 pessoas a pagar para ouvirem a mensagem que temos para lhes dar.

Foi o nosso terceiro concerto na zona. Cada vez que lá voltamos aparecem mais pessoas. Este fenómeno está a acontecer um pouco por todo o lado onde vamos tocar.

Outro exemplo deste facto foi o concerto do passado dia 12 de Janeiro que demos com os K2o3 no Lótus em Cascais. Casa cheia e rock n`roll até ás tantas!

Os dois concertos que vos falo tinham bilheteira paga respectivamente 4€ e 5€.


A indústria queixa-se... se calhar se fossem à rua em vez de calçarem os chinelos e espetarem os traseiros no sofá das suas casas faziam melhor figura.

Passam tanto tempo à procura da próxima Floribela ou dos próximos D`zrt que perdem tudo o resto que lhes passa mesmo por baixo do nariz...

Tomem os medicamentos para a sinusite e metam esses rabos gordos na rua! Trabalhem para variar que ser A&R também é andar na estrada a descobrir novos valores! Novas tendências! No fundo, descobrir o presente para se começar a construir o futuro.


Nós sabemos o que o público quer... Vocês (indústria) fazem ideia que nós existimos?

Os putos pagam 4 ou 5 euros para nos verem, fazem consumo no bar, e ainda compram as nossas demos, t-shirts e pins!

Será que não existe um A&R inteligente neste país que perceba que um novo movimento está a crescer de dia para dia? E nós não somos os únicos... Atenção e que fique bem explicito, há por ai muita banda boa que com o devido apoio de promoção, edição e distribuição tem potencial para vender.

São as palavra de alguém que resolveu voltar a andar com o amplificador, as guitarras e os pedais ás costas! Doi? Ai pois dói! Mas sabe bem para caraças!!! E eu não sou masoquista!

As fotos são do Cameraman Metálico

Um abraço



http://www.myspace.com/revoltarock

http://www.myspace.com/k2o3

http://www.myspace.com/metalcamera

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Aula Magna – bilhetes à venda

Já se encontram à venda os bilhetes para o concerto do próximo dia 28 de Março na Aula Magna, que marcará o arranque da digressão “30 Anos Ligados à Corrente”. Preços dos ingressos: lugares doutorais (marcados) – 18 Euros; plateias 1 e 2 – 13 Euros. Os membros do Clube de Fãs dos UHF usufruem de um desconto de 2 Euros para os dois espaços.

Para reservas e aquisição – www.ticketline.pt (concertos)

Os membros do Clube de Fãs dos UHF deverão utilizar o endereço www.aiemera-lda@sapo.pt, para a aquisição dos ingressos com desconto.

http://www.myspace.com/uhfrock

http://www.uhfrock.com