segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Queixa-te indústria... Queixa-te e não faças nada que a vida passa-te ao lado!

E mais uma vez... A REVOLTA encheu uma sala de espectáculos. Desta vez em Marinhais no 3 Bar, com cerca de 400 pessoas a pagar para ouvirem a mensagem que temos para lhes dar.

Foi o nosso terceiro concerto na zona. Cada vez que lá voltamos aparecem mais pessoas. Este fenómeno está a acontecer um pouco por todo o lado onde vamos tocar.

Outro exemplo deste facto foi o concerto do passado dia 12 de Janeiro que demos com os K2o3 no Lótus em Cascais. Casa cheia e rock n`roll até ás tantas!

Os dois concertos que vos falo tinham bilheteira paga respectivamente 4€ e 5€.


A indústria queixa-se... se calhar se fossem à rua em vez de calçarem os chinelos e espetarem os traseiros no sofá das suas casas faziam melhor figura.

Passam tanto tempo à procura da próxima Floribela ou dos próximos D`zrt que perdem tudo o resto que lhes passa mesmo por baixo do nariz...

Tomem os medicamentos para a sinusite e metam esses rabos gordos na rua! Trabalhem para variar que ser A&R também é andar na estrada a descobrir novos valores! Novas tendências! No fundo, descobrir o presente para se começar a construir o futuro.


Nós sabemos o que o público quer... Vocês (indústria) fazem ideia que nós existimos?

Os putos pagam 4 ou 5 euros para nos verem, fazem consumo no bar, e ainda compram as nossas demos, t-shirts e pins!

Será que não existe um A&R inteligente neste país que perceba que um novo movimento está a crescer de dia para dia? E nós não somos os únicos... Atenção e que fique bem explicito, há por ai muita banda boa que com o devido apoio de promoção, edição e distribuição tem potencial para vender.

São as palavra de alguém que resolveu voltar a andar com o amplificador, as guitarras e os pedais ás costas! Doi? Ai pois dói! Mas sabe bem para caraças!!! E eu não sou masoquista!

As fotos são do Cameraman Metálico

Um abraço



http://www.myspace.com/revoltarock

http://www.myspace.com/k2o3

http://www.myspace.com/metalcamera

14 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu também sou músico e é verdade o que dizes. Antigamente eles descobriam bandas, hoje não sei o que andam a fazer. A incessante busca do produto fácil e mega vendável, está a meter as editoras no buraco. Quantos discos editados dão prejuizo? Quantos artistas consagrados gastam milhares e milhares de euros para gravar discos num mercado que já não comporta esses valores? Quanto é que custaria gravar e editar um disco da revolta, dos k203, skalibans, gazua?? Acredito que muito menos e bem melhor.

João

05:53  
Anonymous Anónimo said...

Muito obrigado pelo comentário João.

Concordo com o que dizes, totalmente. Mais coisas vagueiam pela minha mente sobre esta matéria e atempadamente as passarei para as páginas deste blog.

Em relação ás outras bandas não te sei dizer. Mas um disco da Revolta grava-se (e vai-se gravar!) num estúdio bastante bom e com todas as condições de trabalho por 2000€/3000€.

Ou seja, cerca de 15% a 20% do que custa gravar um consagrado.

Ou seja, 600 a 700 discos vendidos pagam o estudio. com 1.000 discos vendidos já pagaste o resto dos custos (SPA, capa, video, produção de fábrica). Apartir dai é lucro.

Isto tendo em conta que os discos saiem da editora a 4.75€ mais iva (vamos considerar este valor uma média para que o disco chegue ás lojas o máximo a 10€)

Um abraço

19:51  
Anonymous Anónimo said...

Ah! Aposto que num ano de estrada da Revolta, só no nosso merchandising vendemos 500 discos (metade dos custos ficam pagos só na estrada)

19:53  
Blogger dmonge said...

Camarada, é mesmo a realidade deste nosso país que cada vez se vive mais ao sabor das novelas, mas tambem isso acontece porque a rádio em portugal teima em não apostar em novos projectos, mas também quem é que escuta rádio? Eu oiço sim, mas a musica que passa nas nossas radios é por vezes de veras inconsumivél, não entra mesmo nada. A vida de estrada não está nada facil para as bandas da segunda divisão, nada mesmo, pois fazendo as contas e porque é uma questão de se tentar apresentar um bom concerto, não fica nada por menos de 300 / 500 euros só em despesas. Mas continuemos na luta... SEMPRE e já lá vão 18 anos...

02:37  
Anonymous Anónimo said...

Boa reflexão sobre a matéria, algo que eu partilho há já alguns anos. Os A&R's são despedidos, as editoras fecham, a indústria discográfica está falida, Portugal perde poder de decisão, os artistas consagrados são largados à sua sorte, os novos artistas morrem antes de nascer, a rádio já não tem DJ's, tem playlists, etc. Isto deve-se à conjuntura internacional, ao aparecimento de novas ferramentas, ao futuro, à tecnologia, mas em grande parte, à incompetência de quem, ao longo dos anos não fez nada, andou a dormir, a pastar, a gastar dinheiro mal gasto e a viver à conta. Toda a gente bateu no fundo, claro. editam-se bandas na base da amizade e não pela qualidade, não são os concertos, não é o culto, não são os seguidores, são as cunhas que prevalecem e o gosto pessoal de quem não percebe ponta de corno, de quem não vai aos concertos, de quem olha mas não vê o que se passa. Eu falo pelos K2o3, que penso serem um caso gritante! Mas isso dava várias páginas! Abraços.

02:46  
Anonymous Anónimo said...

Boas amigo D.Monge!

Pá, com as rádios não se pode contar. É melhor fazer os planos por baixo nessa matéria... se por acaso alguma rádio pegar no disco... Muito bom! Se não acontecer... paciencia pelo menos à partida já não se estava a contar com isso.

Não esquecer o enorme e crescente numero de blogs e myspaces especializados em divulgação musical que passam a nossa música e as informações sobre os nossos concertos... Serão os substitutos da Antena3? Da RFM nos em finais dos anos 80 principios de 90? Do Blitz quando este era semanal e falava de novos artistas quer fazendo criticas a concertos quer a demos? Eu acho que sim. É preciso dar tempo ao tempo e deixar que este meio crie raizes. O que está a acontecer.

A vida na estrada nunca foi fácil para as bandas da 2da divisão, como dizes! O truque está em evoluir, em crescer de concerto para concerto. Em dar ás pessoas algo que gostem para que quando voltares 2da vez possas receber mais algum dinheiro e assim financiar ensaios, estudios, cordas para as guitarras, baquetas, valvulas, gasolina e por ai fora.

Este crescimento tem de ser sustentado e não repentino. Tudo a seu tempo e tudo no seu lugar.

Em relação à banda em que tocas, conheço-a como poucos :-), pois tive o previlégio de já ter trabalhado com voces. Tenho opinião formada (mas não formatada) que brevemente divulgarei neste sitio.

Um abraço e continua a aparecer por aqui! Vamos continuar este dialogo e assim espelhar e espalhar as nossas ideias por este mundo! Sim... as nossas ideias, porque nós é que vivemos no mundo real! Nós é que sentimos na pele!

Se eu fosse A&R tirava um curso com os gurus desta matéria nos anos 80 e tentava aprender qualquer coisa de forma a aplicar aos dias de hoje!

16:38  
Anonymous Anónimo said...

Meu amigo e companheiro Ulisses! Tens toda a razão! Nesta matéria não tenho contigo uma daquelas discussões (saudáveis)que costumamos ter sobre o que quer que seja! Estou 100% contigo! Aliás, quando falas em incompetência... tá tudo dito!

Sobre os K2o3, que concordo e acho um expemplo gritante, estou a escrever a 2da parte deste texto.

Daqui a uns dias vamos ver o que aparece por aqui!

Abraços! E grava lá a gaita do disco para marcarmmos a tour juntos!

Vamos fazer uma crista e meter uns piercings ao primeiro ministro??

Hehe

16:43  
Blogger PInacio said...

GRITOS NA MULTIDÃO
SORRISOS A CORRER
FICO ACOMPANHADO
SOZINHO SEM QUERER

QUARTO ABERTO
SORRISO FECHADO
SONS NO DESERTO
À SORTE DE UM ESPERTO

À SORTE DE UM ESPERTO
HÁ MORTE DE UM ESPERTO

JÁ ANDEI POR AQUI
RI-ME E GOZEI
AGORA JÁ NEM SEI
POR ONDE ANDEI

GRITO NA MULTIDÃO
DE OLHOS PARADOS
FICO TÃO SOZINHO
DE BRAÇOS ATADOS

DE BRAÇOS ATADOS
DE BRAÇOS ATADOS


Saudações musicais

PS: Como este assunto não tem fim e arde sempre pelos 2 lados aqui fica a canção. Elas sim, valem a pena. Um abraço

03:36  
Blogger LSO said...

Meu amigo,

A&R inteligentes é coisa que raramente houve por cá. Neste momento as multinacionais só cá têm escritórios pelo que tudo o que é novo está bem lixado. Deixaram morrer a indústria do disco e estão neste momento em paraisos dourados e são estrelas em programas de tv que nos intoxicam a alma.

Que tivessem aprendido com os Estados Unidos onde um disco acabado de sair é lançado a preço reduzido. As vendas por lá também desceram mas nada que se compare ao desastre que ocorreu em Portugal. Por exemplo, os Eagles já venderam 7 milhões de álbuns do seu disco de regresso. Mas se os "velhos" vendem os novos também vendem. O primeiro disco da Colbie Caillat já vendeu mais de 1 milhão. Fergie vendeu 3 milhões. Linkin Park 2 milhões. E por ai fora... Vejam o Top de vendas português e reparem na aberração do mesmo. Aquilo tem 50% de tretas do pior que existe.

A pirataria e as rádios têm sido apresentadas como as culpadas do drama que se vive em Portugal, mas na verdade a culpa principal estava no seio das próprias editoras que não se souberam adaptar ao século XXI.

ACR, a indústria do disco em Portugal, como a conhecemos, deu o berro. Vamos é esquecer esses A&R gordos e começar do zero. E o zero começa nos bares, nos movimentos de que falas e que vão crescendo. No dia em que uma editora pequena consiga vender 10 mil CD's de Revolta ou de k2o3 é sinal que a ordem das coisas foi alterada. É esse o trabalho que se deve fazer.

E a internet é o meio promocional mais poderoso de todos os tempos.

Grande abraço e a revolta já começou.

16:19  
Anonymous Anónimo said...

Olá Narciso!!!

Canção nova? É mesmo por ela que vale a pena! A canção diz, mostra, sente, tudo!

Um grande abraço

20:02  
Anonymous Anónimo said...

Olá amigo Iso!

Concordo plenamente com as tuas palavras. Aliás, nesta conversa a concordancia está até ao momento a fazer o pleno.

Por terem previsto que este seria o destino da industria, é que os UHF criaram pela mão de AMR o seu selo independente. E eu cada vez mais acho, ou melhor, tenho a certeza que este é o caminho.

Concordo com o lançamento dos discos a preço reduzido nas primeiras 2/3 semanas. Mas em Portugal o que acontece é exactamente o contrário. Eles metem o preço máximo ao disco durante3/6 meses e depois reduzem-no para 50%. Digo-te que a mim esta situação já me fez e continua a fazer esperar alguns meses para comprar discos. Mas será que o comprador ocasional de discos espera este tempo? Cá para mim esquece-se que o disco existe ou copia-o de alguém ou saca-o da net. Mais uma vez a nossa industria se mostra imcompetente.

O top Português é uma mentira pegada. É um dos maiores erros da industria desde que esta existe. Porque não divulgar o top como ele realmente é e assim reforçar toda a promo sobre os discos que efectivamente as pessoas querem comprar em vez de se falsear a coisa com produtos que se querem impor e depois apanharem com os buracos que apanham...?

A pirataria sempre existiu, portanto não é de maneira nenhuma desculpa. As rádios... pobrezinhas... desde que o cd se massificou que as rádios com os seus conteudos viciados e não melhores que o top de vendas nacional andam a perder ouvintes. Para quê ouvir a porcaria de música que passam e as parvoices que dizem (voltem homens da Rádio!!!)se podemos levar para o carro os discos que gostamos?

Em relação ao teu ultimo paragrafo:

"Vamos é esquecer esses A&R gordos e começar do zero. E o zero começa nos bares, nos movimentos de que falas e que vão crescendo. No dia em que uma editora pequena consiga vender 10 mil CD's de Revolta ou de k2o3 é sinal que a ordem das coisas foi alterada. É esse o trabalho que se deve fazer.

E a internet é o meio promocional mais poderoso de todos os tempos."

Só tenho a dizer que como o resto do teu texto, está perfeito.

Um abraço e volta sempre

21:16  
Anonymous Anónimo said...

Pois é Tó, o tema está gasto e as editoras tal como as conhecemos, igualmente apodrecidas. Não me recordo de alguma vez ter conhecido algum R&B minimamente inteligente, nem nos meus tempos de promoção. Vampiros, sim.
Talvez por isso, hoje arrastam, quais vermes, os tais rabos gordos e gelatinosos pelos sofás de uma qualquer casa hipotecada...
Neste país, tão minúsculo culturalmente, nunca tiveram de se empenhar em procurar, porque, sempre foram eles os procurados. Pensavam, ser os próprios, a máquina. Hoje, ninguém sabe quem são...
Façam e percorram a estrada de bar em bar, concerto em concerto, de voz em voz. Inventem um novo movimento. A conquista é exclusivamente vossa. Utilizem a internet como meio promocional. Esta é a mais abrangente, enérgica e influente máquina de promoção actualmente. O resto, vai ser a vossa história escrita pelas cordas suadas das vossas guitarras. Força!
Abraço, Paula Cairo

05:04  
Anonymous Anónimo said...

Olá Paula!

E a concordancia continua!

Muito obrigado pelas tuas palavras. Essas são as palavras de alguém que viveu por dentro o meio num momento em que se vendiam milhares de discos...

Quantos editores não divulgam os verdadeiros números de vendas aos seus artistas? Para assim não pagarem direitos de autor e royaltis!

Meus amigos, em Portugal isto tem acontecido a uma escala tão grande que muita gente não imagina concerteza.

Sábias palavras:

"Façam e percorram a estrada de bar em bar, concerto em concerto, de voz em voz. Inventem um novo movimento. A conquista é exclusivamente vossa. Utilizem a internet como meio promocional. Esta é a mais abrangente, enérgica e influente máquina de promoção actualmente. O resto, vai ser a vossa história escrita pelas cordas suadas das vossas guitarras. Força!"

Um bj

11:09  
Anonymous Anónimo said...

E as compras ficticias que as editoras inventam de forma a meter discos no top para ver se pega?

11:16  

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