quinta-feira, julho 27, 2006

The Cult - O Hard está de volta!

Este é um dos discos que marcou a minha adolescência. O Templo do Som entrou em minha casa, ainda em vinil, pela mão do meu pai, decorria o ano de 1989. Olhei para a capa, que ainda hoje é para mim uma das melhores capas de todos os tempos, e achei-a fantástica. Ouvi o disco centenas de vezes, decorei as letras, as malhas de guitarra, comprei um poster enorme que colei na parede por cima da minha cama, enfim... Este foi o primeiro disco que me fez ser fã de uma banda.

Adquiri os anteriores "DreamTime" (1984) e "Love" (1985). Até hoje sempre que sai um novo trabalho dos Cult compro sem hesitar. Mesmo os discos diferentes como "The Cult" (1994) soam-me maravilhosamente bem.

Ian Astbury é um poeta no melhor sentido da palavra e a sua parceria com Billy Duffy é uma das melhores da história do Rock. Duffy é para mim um génio da guitarra eléctrica, tal como o são Jimmy Page, Eric Clapton, Jimi Hendrix ou The Edge. Todos eles diferentes mas iguais a si próprios. O som caracteristico, as malhas ou riffs inconfundíveis mostram a alma destes homens transformada em som.

A combinação perfeita da guitarra Gibson Les Paul com o amplificador Marshall cativa-me como músico. É o que uso e
continuarei a usar. Duffy e Page ensinaram-me isto.

A carreira dos Cult é marcada por duas fases distintas. A primeira com "DreamTime" e "Love" mais gótica e experimentalista. A segunda começa no terceiro trabalho, "Electric" (1987), e resume-se a Puro Rock.
Com "Electric" os Cult quiseram conquistar a América e por isso após uma primeira gravação do disco no "Manor" em Oxfordshire a banda resolveu voltar a gravar o disco nos EUA, com um produtor Americano. O objectivo era tornarem o seu som mais Rock soltando-se dos tons Góticos do passado. O produtor escolhido foi Rick Rubin.

A forma de dar a volta ao som dos Cult passou por trabalhar uma secção ritmica mais directa e cerrada e por uma lavagem sonora ao guitarrista. Duffy que, até ai, tocava com um amplificador Rolland e uma guitarra Gretsch White Falcon processada por uma serie de pedais, gravou todo o disco com um amplificador Marshall e uma guitarra Gibson (alugada!).
O som crú e directo do disco marcou uma geração trazendo-nos sucessos como "Love Removal Machine", "Wild Flower" e "Lil`Devil".
A Gibson e o Marshall têm acompanhado Duffy desde então, mas, o Rolland e a Gretsch também, quando a banda toca ao vivo os temas dos dois primeiros discos.

Em "Sonic Temple" os Cult atingem o seu maior sucesso comercial. "Fire Woman" foi a canção do pulo e o produtor Bob Rock junta-se à dupla Astbury e Duffy, formando um trio perfeito que voltou a dar trunfos em "The Cult" (1994) e "Beyond Good And Evil" (2001).

Os Cult estão de volta à estrada com uma Tour mundial e a promessa de um novo DVD ao vivo e um disco de originais.

http://www.thecult.us/