quarta-feira, maio 28, 2008

Queixa-te indústria... Queixa-te e não faças nada que a vida passa-te ao lado! parte III

Há bandas que ao longo dos anos criam com o seu trabalho, suor e vontade um culto que os segue para todo o lado. UHF, Xutos e Pontapés, Mão Morta, Peste&Sida ou Tara Perdida são alguns exemplos conhecidos de todos sobre o assunto de que vos falo hoje. Alimentar esse culto faz vender discos e merchandising, que por sua vez fazem vender concertos, que por sua vez fazem crescer as legiões de fãs que por sua vez compram mais discos e merchandising e por ai fora numa pescadinha de rabo na boca que não tem fim.

Todas as bandas que atrás mencionei fazem ou já fizeram parte no passado do catálogo de grandes editoras nacionais ou internacionais. Todos eles têm bom merchandising e bastantes ou, nalguns casos, enormes vendas quer nos concertos quer por venda postal.

Até aqui tudo bem, a indústria promoveu e explorou estes grupos da melhor maneira que soube para daí receber a sua fatia dos lucros. Nos casos em que a independência se tornou a regra, os respectivos fazem pela sua mão a gravação, edição e no caso dos UHF, agora, até a distribuição dos seus trabalhos. Opções de quem anda nestas andanças à muito tempo e quer ter a liberdade de alimentar as vontades das suas legiões de fãs sem dar satisfações a ninguém ou ter de esperar pelas datas de edição que as editoras obrigam.

Nestas andanças da música também, tal como em qualquer outra actividade, há quem fica para trás da cortina das grandes decisões. Vou usar como exemplo os grandes K203 não esquecendo que outros casos existem.

Os K203 são o terceiro gigante do punk nacional, estando os Peste&Sida e os Tara Perdida nos dois primeiros lugares. Nunca estiveram no top de vendas, não pedem cachets de 10.000€, 5.000€ nem nada que se pareça. A carreira destes quatro rapazes tem sido um sucesso ao vivo (com salas cheias por todo o país). O mesmo não podemos dizer dos discos. Nunca representados por uma multinacional e tendo editado o segundo disco "Grita!" por sua conta e risco (sem distribuição para as lojas) faltou-lhes a protecção que uma editora de peso lhes pode dar. Não só na distribuição e promoção dos discos, mas também no tamanho dos orçamentos, o que lhes poderia ter dado a oportunidade de trabalharem noutras condições melhorando a produção dos trabalhos, etc.

Os k2o3 são, e tenho-o visto na estrada, um grande caso de popularidade numa área musical em plena expansão. Se tiveres em casa um filho ou um irmão com 20 anos ou menos, pergunta-lhe se não conheçe a "Vaquinha", "Perto de Ti", "Grita por Ti" ou "Tia bestial". Aposto que pelo menos uma destas canções anda pelo mp3 do "puto".

Como alguém disse sobre a Revolta, eu peço as palavras emprestadas para as usar em relação aos K2o3 - se eu fosse editor assinava-os já!

Conheço o disco que estão a gravar desde a fase de pré-produção e digo-vos que é o melhor disco do grupo e um dos melhores discos de punk de sempre da cena Portuguesa.

Eu não queria estar na pele de ser um A&R numa multinacional nos dias que correm, mas era interessante poder provar a minha opinião com factos no terreno.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Grande banda

Salvaterra de Magos

15:21  
Anonymous Anónimo said...

quando ha um concerto deles em lisboa?

11:40  
Anonymous Anónimo said...

Olá aos 2 e obrigado pelos comentários.

Os K2o3 estão agora a terminar as misturas do disco novo "No fio da navalha"

Nas próximas semanas haverá novidades concerteza

Um abraço

ACR

07:33  

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