Reserva do rock (13) UHF - Estou de Passagem

Os concertos multiplicavam-se e a contabilidade de dois anos é impressionante: A cerca de 80 espectáculos, em 1980, somou-se o record absoluto de 138, em 1981.
Mas, não eram apenas os concertos e os sucessos que se multiplicavam na carreira desta banda de Almada, pois, os anti-corpos do seu líder junto dos media aumentavam exponencialmente. Verdadeiro enfant-terrible, começa a ganhar fama de intratável e de vedeta. Alguns críticos questionam, mesmo, as suas qualidades de poeta e de escritor de canções. A polémica nunca foi palavra vã, nesta encruzilhada da música, sendo mesmo sinónimo de maior popularidade. A exposição – inclusive por maus motivos – é sempre mais benéfica para a vida de um grupo do que a ausência mediática.
Provocador e rebelde, António Manuel Ribeiro, durante muitos anos, transportará na pele a comparação sistemática com Jim Morrison. É ele o Rei Lagarto nacional. Contudo, para quem contacta com ele, é, simultaneamente, afável, competente e extremamente determinado.
No auge da fama e da glória, os UHF entram em estúdio onde gravam o mini-LP “Estou de Passagem”. “Noites Lisboetas”, “Concerto”, ou o tema título, “Estou de Passagem”, ilustram a razão de novo e esmagador sucesso. “Estou de Passagem” vende 15 mil unidades em 15 dias e repete o êxito de “À Flor da Pele”, obtendo o galardão de ouro. Musicalmente, os UHF estão, agora, mais densos e complexos. Melodicamente, o som está mais “cheio” e completo.
Literariamente, “Estou de Passagem” prova que a poesia de António Manuel Ribeiro não é um acaso, nem um subproduto do auto-convencimento estético. Este trabalho não possui nenhum tema tão imediato, como foram “Rua do Carmo” e “Cavalos de Corrida”, mas, transporta, dentro de si, dos mais belos momentos que a música moderna portuguesa algum dia criou.
In O Outro Lugar de Luís Silva do Ó - http://ooutrolugar.blogspot.com/
7 Comments:
Independentemente do que possa ter sido dito por críticos ou escrito pela imprensa, ao longo de todos estes anos, há que admitir que o personagem António Manuel Ribeiro é uma figura incontornável no panorama musical português. Cresci a ouvir UHF, Táxi, Heróis do Mar... E embora não me considerando fã - no sentido absoluto do termo - reconheço que da grande parte de grupos existentes nessa altura, UHF perdurou e mantém aquele feeling vivo, mesmo com sangue novo na constelação.
Ao carisma sui generis do António se deve tudo isto... Mas mais houvesse como ele, por aqui.
Muito obrigado pelas palavras. Obrigado pelas palavras ao novo sangue da constelação também :-)
Um abraço
ACR
"Sangue novo na constelação": se trocares as palavras, o ênfase - merecido - que lhe dei perde-se =)
Desculpa não me ter identificado... Esqueci-me de assinar!
Dá notícias, e publica mais post's ;)
Beijo,
Maria.
Olá Maria!
Mais uma vez obrigado pelas palavras!
Quadros novos? :-)
Um bj
ACR
Para veres o que de novo tenho feito, terás de passar pelo blogue... Além disso, acho que me deves uns comentários... Merecidos! =)
Quadros novos da minha parte = post's e música da tua ;)
Beijo,
M.
"Estou de passagem" é, sem dúvida, um dos Grandes discos da musica portuguesa; de uma das seus maiores e mais "miticas" personagens: o eterno António Manuel Ribeiro...
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