Uma lição…
Devo dizer que não sou conhecedor da carreira dos Supertramp. Identifico os êxitos radiofónicos da banda, mas nunca me interessei especialmente pela sua música. Estive ontem no Coliseu de Lisboa, para assistir ao concerto de Roger Hodgson, a convite do produtor José Serra e do promotor Nuno Chanoca. Devo-lhes um agradecimento pois mostraram-me o caminho para mais uma grande lição musical. Roger Hodgson é um excelente cantor, acompanhado por um grande repertório. Desde sucessos a composições novas passando por canções mais íntimas, que a rádio não passou (como o próprio disse), todos os temas tocados nesta noite na memorável sala do Coliseu de Lisboa são grandes canções. A acompanhar Hodgson estiveram um baterista, um baixista e um saxofonista. O elenco fica completo com a orquestra e maestro Portugueses que o acompanharam e que tanto e tão bem elogiou. Ficou uma dedicatória (com ovação por parte do público) ao maestro José Marinho que faleceu há cerca de um mês durante os ensaios para este mesmo concerto. A boa disposição de Hodgson esteve presente com a brincadeira sobre o facto de a bancada presidencial se encontrar vazia, “ Bem, o presidente não veio… paciência, mas não sabe o que está a perder…”. Sala praticamente cheia por um público devoto e conhecedor do repertório apresentado. O DVD “Live in Montereal – Take The Long Way Home ” estará à venda dentro de duas semanas como o próprio disse. Ficou a curiosidade, que na minha próxima visita à Fnac será satisfeita, de adquirir alguns discos dos Supertramp, e de ver e ouvir este “Live in Montereal – Take The Long Way Home” http://www.rogerhodgson.com/ http://www.supertramp.com/ |
2 Comments:
Por amor de Alá (sim que com este não brinco)...
Saudações musicais
Não é comum ler textos de opinião tão sincera e descomprometida, em relação ao brilhante Roger Hodgson e, especialmente, à banda que o tornou conhecido, "Supertramp". De facto, apesar do mega sucesso da dupla Hodgson/Davies, os Supertramp, e, por arrasto, Hodgson a solo, geraram antipatias e preconceitos, pese embora a melodia poética e as temáticas abordadas nas suas letras. Vivia-se uma altura de "gangs" musicais. O pessoal do liceu dividia-se entre aqueles que apostavam no Zappa e no Marley, outros que enveredaram pelos Police, ainda outros pelos Duran Duran. E restava uma grande fatia que simpatizava com os Pink Floyd, os Genesis, os Yes e os Supertramp. Estes eram os que gostavam de músicas complicadas e longas, nada fáceis de passar nos bailes e em outros festins. Outros havia que apenas gostavam de música e, de uma forma ecléctica, ouviam de tudo, desde que gostassem. Quem não foi adolescente nesta época, não tem, de uma forma espontânea, grande curiosidade em explorar sonoridades que, na altura, faziam a diferença. Para além disso parece mal gostar-se de rock e admitir ouvir Supertramp ou Roger Hodgson. Preconceitos vagos. Sempre me dei bem com a minha colecção das obras dos Supertramp, dos Police, dos U2, dos UHF. A música assume várias formas, tal qual nós personalizamos diversos estados de alma. Sou um pouco mais velho que o autor deste texto e fico muito satisfeito com a humildade e a sabedoria com que foi escrito.
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